A flexibilização da rotina de trabalho pode acontecer de duas formas distintas, pelo trabalho remoto e pela telecomutação (também chamado de teletrabalho). Entender as diferenças entre as duas metodologias é fundamental para determinar qual a mais indicada para cada perfil de funcionários e departamentos. Para cada realidade corporativa há uma forma de organizar o trabalho com mais assertividade.
A principal diferença está no fato de que trabalho remoto significa trabalhar sem estar presente fisicamente no escritório enquanto telecomutação se refere não desempenhar suas funções presencialmente em um ou poucos dias. O colaborador que atua remotamente não bate cartão fisicamente na sede da organização enquanto que o funcionário em regime de teletrabalho precisa estar presente alguns dias no escritório.
Muitas empresas já apostam em ter um ou mais funcionários atuando no regime de trabalho remoto. Os colaboradores podem realizar as suas tarefas diretamente do seu home office, dessa forma podem morar em outra cidade, estado ou até país. O principal desafio nessa modalidade é conseguir fazer com que toda a equipe esteja online e produzindo num horário em comum.
Também é crucial ter boas ferramentas de comunicação como aplicativos de mensagens, sistemas integrados para gestão de projetos, internet estável entre outros. Qualquer problema técnico pode significar a interrupção na produção e com isso um grande prejuízo. A evolução da tecnologia de comunicação tem impactado positivamente para que mais empresas possam apostar nesse sistema de trabalho.
No caso do trabalho remoto há uma questão que precisa ser analisada com atenção, a falta do estabelecimento de uma relação mais próxima entre os colegas. A partir do momento em que os indivíduos não se veem pessoalmente se torna mais complicado construir trocas reais e relações pessoais fortalecidas. Em médio e longo prazo isso pode ser um problema, porém, nada que não possa ser administrado e minimizado com mais compreensão entre as partes.
Os funcionários sob o regime de telecomutação atuam de maneira geral no escritório e uma ou duas vezes por semana podem realizar as suas atividades do seu home office. É uma medida bastante reconhecida pelos profissionais haja vista que a possibilidade de estar em casa num dia de semana contribui para o equilíbrio da rotina pessoal e profissional.
Os funcionários que conseguem ter mais tempo de qualidade com a família e poder descansar do desgaste do trânsito se sentem mais felizes e consequentemente são mais produtivos. Oferecer benefícios é uma estratégia assertiva para reter talentos na companhia. A grande dificuldade nessa modalidade de trabalho a distância é conseguir criar um esquema em que não tenha problema o colaborador não estar pessoalmente no escritório.
Ao estabelecer a telecomutação para alguns colaboradores é necessário começar a pensar em algumas compensações para os indivíduos que não poderão usufruir desse mesmo benefício. Nem todo mundo pode não estar presente no escritório uma ou mais vezes durante a semana. Saber como gerir os eventuais conflitos resultantes dessa situação é crucial para ter um clima organizacional melhor.
Não estimule o surgimento de picuinhas entre os funcionários, é essencial deixar bem explicado porque algumas funções podem ter esse benefício enquanto outras não. Conforme a forma de realizar diferentes procedimentos corporativos for sendo alterada será possível estender esse benefício para mais pessoas, mas até lá é necessário mais compreensão.
Tanto no trabalho remoto quanto na telecomutação é essencial que a companhia consiga fazer o monitoramento da produtividade do colaborador. De maneira geral é possível identificar a produção por meio das entregas dentro dos prazos. Se o funcionário atende as metas estabelecidas é fácil ter certeza de que ele realmente está comprometido com seus afazeres independente de estar presente fisicamente ou não.
Há opções de softwares para monitorar sites acessados durante o período de expediente, no entanto, aconselho que a empresa desenvolva um diálogo aberto com seus funcionários sem precisar recorrer a esse tipo de recurso. Ninguém gosta de se sentir vigiado ou perceber que há desconfiança em relação a sua dedicação. Cabe aos líderes de equipe ter o conhecimento do que cada colaborador está realizando no momento para ter certeza de que o trabalho a distância está sendo feito com qualidade.
Ter uma base de funcionários trabalhando remotamente colabora para a economia dentro da organização, pois diminui os custos com mobiliário, energia, água entre outros. Mesmo nos casos de telecomutação é possível sentir algum impacto na redução das contas mensais. A tecnologia que existe atualmente permite a realização de trabalho a distância então é válido utilizar essa estratégia para organizar as atividades empresariais com mais assertividade.
Fonte: Marcus Marques